Poucas pessoas sabem um pequeno fato sobre mim, mas na
verdade eu adoro desnecessariamente longas e enroladas introduções em analises,
especialmente quando elas não dizem absolutamente sobre a obra. Quando eu vejo
um parágrafo introdutório começando com uma leitura de sinopse (em vídeos que só
fazem sentido pra pessoas que já viram a série), ou com inusitados fatos
desconhecidos como Star Wars ser uma franquia extremamente popular e influente
(sim isso realmente é o começo de um vídeo), já fico até aliviado por saber que
o autor não tem qualquer escrúpulo de fazer perder meu tempo. Esse texto será
uma análise do canal do youtube, o qual jamais praticou nada do que eu disse
acima, o Meteoro Brasil, com enfoque no vídeo Neon Genesis Evangelion [
especial #Meteoro, usando suplementarmente outros vídeos com o ponto de
exemplificar aspectos sendo abordados. Para já tirar do caminho uma observação
irritante, essa crítica não tem qualquer viés político ou ideológico, apesar da
mudança de conteúdo produzido por este, voltado a tópicos mais polêmicos do
contexto brasileiro, esse ensaio não tratara destes, nem eu estou
particularmente interessado com esses fatos.
Meu interesse e proposito de analise, são as atividades de interpretação
e critica ficcional ocasionalmente desenvolvidas pelo canal, as quais a partir
de agora serão discutidas.
(Advinhe meu exemplo favorito para alguém que não entendeu Evangelion)
Começando com um pequeno ponto do vídeo, consistindo mais de
uma questão generalizada, do que algo típico da crítica do canal, está a
presença de observações superficiais sobre a obra, as quais não agregam muito
ao vídeo. Observar como tais se
apresentariam numa review genéricas é muito simples, pegue qualquer momento de
uma review, no qual se começa a descrever abstratamente a obra com adjetivos que
explicam suas supostas qualidades, dizendo que os personagens são bem
desenvolvidos, a arte é bonita, ou o drama é bom, por exemplo. Note que a
discussão fica apenas nesse nível de superfície, em nenhum momento o reviewer está
elaborando, o que seria bom no desenvolvimento dos personagens, o que seria
particularmente bonito na arte. Tais afirmações também estão em completo vácuo,
não se relacionam com nada mais do que está escrito, ou com qualquer proposito
que o trabalho estaria desenvolvendo. A arte ser bonita não é ligada a qualquer
mensagem, efeito pretendido, ou outro elemento da obra, parecendo existir num
vácuo em relação ao trabalho em si. Em tais instancias, longe de mim julgar
baseado em minha concordância ou não com a opinião da pessoa, o problema está
mais em como é impossível exatamente saber o que o indivíduo quer dizer, que
aspectos dos personagens merecem esse elogio, aonde isso se aplica, é só
referente aos principais ou os secundários também são particularmente sólidos e
sujeitos a lembrança? Fico sem saber como tomar ou minimamente entender essas
afirmações, as quais não estabeleçam minimamente do que se consistiram, as ditas
qualidades existentes na obra, e muito menos com uma noção de quais são os
critérios e métricas, praticadas pelo crítico, como a pessoa racionaliza e
entende caracterização, roteiro, lógica interna. Simplesmente não há como
devidamente contextualizar, ou tirar muito de valor, desse tipo de atitude.
Meteoro exemplifica isso com falas como descrever a estrutura de evangelion como
episódica, pois ao invés de tentar se aprofundar aí, mencionar algum proposito
maior desse aspecto, tempo de interação dos personagens, e desenvolvimento de
circunstancias, simplesmente para na descrição rasa.
Mas o maior exemplo disso são os extensos 30 segundos gastos
detalhando a arte de Evangelion, nele alguns adjetivos o qual supostamente
demonstrariam qualidades são jogados, atenção a detalhe, realismo, praticidade
de cada design, No entanto a complementação disso se encontra completamente
ausente, não sabemos o que eles significam, que elementos da arte de EVA
descrevem, o que seria super realista, bem pensado, ou pratico na arte (os
designs dos anjos com seu surrealismo são meio que a antítese de praticidade).
Aonde está a suposta atenção a detalhes, quais designs ou elementos do mundo,
dos robôs e dos equipamentos seriam a demonstração disso, são impossíveis de
precisar (a menos que ter imagens do anime genericamente tocando, seja toda a
atividade necessária de exemplificação). Note como esse trecho está estranhamente
estruturado no vídeo, no meio de introdução e detalhamento do personagem do
Shinji, e não complementa nem se conecta com nenhum dos dois. Na verdade, essas
alegações desconjuntadas não têm relação com nada mais que o vídeo apresenta,
nenhuma opinião sobre tais elementos, será em qualquer momento retomada.
Simplesmente não mencionar a arte, quando você não tem nada de muito
interessante para falar sobre esse aspecto, nem nenhum interesse de minimamente
elaborar o tópico, representam a forma mais simples de melhorar a qualidade do
vídeo em questão (ou de qualquer vídeo).
(Eva segurando meu coração, e Shinji segurando o seu, em suas mãos)
Como parte da comunidade otaku, eu já aprendi a máxima que
não se faz um texto sobre Evangelion sem a clássica discussão sobre se tal
consiste ou não de uma evolução (desconstrução) do gênero mecha. E garantido o
Meteoro tem sua própria contribuição para o tópico, que na minha visão, só pode
ser interpretada, como caso da clássica arte de discutir gêneros ficcionais,
sem ter o mínimo de experiência ou contexto quanto ao que está em discussão.
Porque apesar de comum, e repetida ad nauseam, a ideia que o Shinji marcaria
uma grande virada na forma como os personagens se apresentariam nesse tipo de história,
não condiz com a realidade. A ideia de ser um piloto de robô gigante com a
função de arriscar a vida salvando as pessoas, e o indivíduo reagindo a essas
circunstancias com medo insegurança, tentando fugir e evitar essa situação, não
descreve de forma alguma apenas o Shinji. Não é preciso olhar além de Mobile
Suit Gundam, o anime mais famoso dos anos 70, o qual teoricamente estabeleceu a
formula que Evangelion estaria inovando para perceber a falácia. Pois tudo que
eu expliquei acima se aplica a Amuro Ray, seu protagonista, ele reage a seu
novo status com tanto pavor, que é agredido fisicamente com um tapa na cara, e
forçado a pilotar, logo no primeiro episódio. O realismo na reação do
personagem já estava presente, assim como a complexidade de suas emoções e
conflitos internos, Amuro também sofre um histórico de abandono por parte de
seu pai, o qual o torna socialmente isolado, dificultando na formação de
relacionamentos, apresenta intensos questionamentos sobre seu papel na guerra,
a atividade de constantemente tirar a vida de outras pessoas, e até quanto ao
valor de sua própria existência. A afirmação de que a reação mais “realista” a
esse tipo de situação, como marca de alguma grande evolução que Eva estaria
fazendo é o exemplo de uma mentira repetida vezes o suficiente, para se tornar
verdade. Se consistindo do tipo de fala que apenas é justificável saindo de
pessoas, que não viram praticamente nada, de mechas anteriores a EVA, e a
enorme variedade de estilos de narrativa, personagens e conflitos que se
manifestam nesse período. Droga temos o desenvolvimento de franquias tão
variadas, e com diversos aspectos interessantes nessa fase, quanto Gundam,
Patlabor e Macross. Essa tendência de grosseiras generalizações a partir de poucos
exemplos, ou ainda tirar verdades os quais representariam tais grupos
ficcionais do puro nada, é uma falha frequente praticada por críticos.
( Bright slap, desconstruindo a desconstrução)
Não me entendam mal, existe um argumento para ser feito em
relação a áreas em que Evangelion efetivamente inova. A centralidade e foco que
os problemas dos personagens ocupam, numa narrativa de salvar o mundo é algo bem
diferenciado, este se tornando em diversos momentos o ponto e proposito do
anime. Existe uma atenção a inseguranças e problemas mundanos, conflitos
internos e intrapessoais em relacionamentos, e numa busca de sentido na existência,
que consistem de marcas extremamente distintivas de EVA. Mas longe de uma
grande revolução, tais se apresentam mais como uma mudança de foco, em relação
a elementos que existem, e são encontrados em diversas obras de mecha
anteriores. Isso não contando como a obra é discutida nos círculos acadêmicos
do Japão, como a originaria do estilo ficcional, Sekai-kei (link para quem se
interessar sobre o assunto https://drive.google.com/file/d/0B8yHcPUOolf2dW9ESGx4eUlnb2M/view).
Evangelion é usualmente retratado nesses meios como uma obra proto Sekai-kei,
sendo que o modelo as tendências e ideias exploradas, se tornaram influentes em
trabalhos de grande variedade de gêneros, a ponto de ser algo relevante,
relação a como animes como um todo são discutidos após seu lançamento. Nenhum
desses pontos é levantado, e não é dessa mudança contida em evangelion, que o
Meteoro se debruça. De qualquer forma, a partir de um mínimo escrutínio a tese
levantada não se sustenta, o que para mim demonstra que, ou os criadores não
realizaram qualquer pesquisa sobre o assunto que queriam levantar, mecha sua
história, característica e evolução, ou estão tendo acesso a fontes de
qualidade extremamente duvidosa.
Há um ponto que por si só representa algo menor, mas quando
levadas em conta suas implicações demonstra falhas de compreensão na análise da
obra pelo canal. Em um momento Meteoro coloca a presença de lutas épicas em EVA
apenas como espetáculo, método de conquistar o público, não exatamente
relacionadas com aquilo que o anime realmente é sobre. Não é incompreensível a
ideia de separar a ação e a extremamente simples história de salvar o mundo,
meras instancias de diversão descerebrada para a audiência, algo para não se
pensar sobre, do suposto verdadeiro conteúdo da série, o extenso comentário sobre
a existência humana, os complexos arcos de personagem, a temática (eu mesmo já
argumentei assim). No entanto aí se encontra o problema, tal perspectiva meio
que descarta a relevância, de um elemento da obra, o qual em termos de tempo está
mais presente e sendo desenvolvido, além de negar implicações temáticas dessa
parte do conteúdo. Impossível considerar tais partes como algo menor, um
background o qual não é necessário justificar ou ter muito razão para falar
sobre, pois impossível negar que o foco durante boa parte dos episódios, e na
maior parte da narrativa da série está exatamente nesses confrontos, tornando a
distinção entre esses, e o que a obra realmente é sobre, um pouco arbitraria.
Levando esse argumento a suas últimas implicações, Meteoro está dizendo que
existe uma enorme desconexão entre os temas, arcos de personagem e aquilo que a
série trata, daquilo que apresenta mais predominância na narrativa, as lutas, a
história sobre salvar o mundo, algo que consistiria um problema. Basicamente
teríamos 2 historias ocorrendo em EVA, sendo que as duas mal se conectam ou tem
muito relação uma com a outra, tirando o fato de terem os mesmos personagens
principais, e muito tempo é gasto em aspectos que não servem minimamente para
desenvolver as ideias principais. O que me impressiona num vídeo, partindo da
premissa que muitas pessoas não entenderam Evangelion, quando na verdade o
anime é muito bom, mas ao mesmo tempo implicitamente diz que boa parte de seu
conteúdo não significa nada.
(A açao em EVA é foda pra caramba por sinal)
Note que essas afirmações não representam qualquer crença
minha que esse seja o caso. Para entrar
nesse mérito preciso explicar o elaborado comentário quanto a escapismo em
obras de ficção, encontrado em EVA (explicando basicamente tudo, pois o Meteoro
Brasil achou melhor nem comentar um aspecto tão sem importância). De início é
bem claro a presença de escapismo como um dos pontos centrais, Shinji está
constantemente lidando (e dizendo) com pensamentos de fugir tanto de diversas
situações como da própria realidade, sendo o trem e os fones de ouvido característicos
como indicadores visuais disso ocorrendo numa determinada cena. O cenário da
obra não pode ser descrito de outra forma que a fantasia de fuga da realidade
favorita de um otaku dos anos 90, o universo perfeito aonde você pilota um robô
gigante, salva o mundo, e está cercado de mulheres bonitas as quais (discutivelmente)
te curtem. Claro, esse suposto mundo ideal é depois transformado em inferno
existencial de relações quebradas e disfuncionais, expectativas e desejos não
cumpridos, consistindo do que previsivelmente tal mundo imaginado realmente
seria. Anno (já que falar sobre ele ao invés da obra é a moda agora) é uma das
figuras que tem mais criticado uma tendência por parte da cultura otaku,
diversas pessoas estariam buscando em anime, jogos não entretenimento, mas a
criação de realidades idealizadas suplementares, mundos os quais estariam
tornando boa parte da audiência, alienada e ignorante, quanto as pessoas e
circunstancias em sua volta. End of Evangelion é provavelmente uma das peças de
ficção mais explicitas quanto a essa mensagem, trazendo uma discussão entre
Shinji e Rei, ao mesmo tempo em que imagens de uma imaginada turma de
espectadores, os quais estariam assistindo o filme aparece na tela. Nela os personagens falam diretamente a
audiência, em relação ao que realmente consistiria a realidade, os malefícios e
questões que o Shinji estaria passando em decorrência de não conseguir se
afirmar, encarar as pessoas e circunstancias a sua volta, e buscar alivio em
mundos suplementares. E não ironicamente a escolha do Shinji ao final do filme
também se apresenta como uma escolha do mundo, das personagens que ele
conheceu, dos momentos e relações que ele criou com elas. Pois apesar do
personagem não ter qualquer certeza quanto a se ele será feliz, ou o que o
futuro lhe reserva, ele reconhece que as relações e sentimentos de alegria que
construiu com as pessoas foram reais, e realmente significaram algo para ele.
(Adoro, ou amo odiar cada uma dessas personagens)
Considerando o contexto temático da série, a ação e a
narrativa principais tem propósitos claros. Longe de serem apenas fanservice
(do jeito que o Meteoro descreve parece que EVA esta baitando pessoas a ver o
anime). Há um significado importante em mostrar o lado excitante, pitoresco, as
possibilidades de experimentar emoções que nunca podem ser sentidas na vida
real. A obra busca mostrar que entende o apelo de ficção, o que ela apresenta para
a sociedade, a válvula de escape para diversas sensações e sentimentos impossíveis
de serem achados no dia-a-dia. Ao mesmo tempo que a situação de indivíduos que
foram longe demais nessa imersão, presos em realidades suplementares, levaram
essa ficção a sério demais, desperdiçando anos de sua vida, e perdendo todos a
sua volta. As caraterísticas que tal atitude pode tomar quando levado as suas últimas
consequências.
Existe um contra-argumento importante aqui, quanto a
necessidade da centralidade dada a tais elementos na narrativa de EVA, em
decorrência de sua importância temática secundaria. Também é válida a afirmação
de que a história deveria ter conectado e integrado melhor e mais completamente
a ação, narrativas, as mensagens e os temas. Estas são ambas observações justas,
mas que não implicam na inexistência de importância dessas partes da obra,
sendo que essa não pode ser simplesmente negligenciada, ou não mencionada
quando se analisa Evangelion.
Se fosse para me perguntar, qual é o pecado capital da pratica
de analises, minha resposta provavelmente seria a pratica de tentar entender a
obra a partir do criador. Meteoro entrega nesse aspecto no vídeo, ao termina-lo
com alegações sobre a qualidade de EVA ser devida a experiências de vida do
autor, ele ter passado pela depressão, pela “despersonalização”. Não vou negar
o lado divertido de explicar a pseudo psicologia de alguém a partir das obras
que ele produz, mas como critica isso é um exercício inócuo, até mesmo num
trabalho que é assumidamente extremamente pessoal como EVA. Primeiro por que a
pratica em si é meio ridícula, vamos analisar os arcos da Misato, Shinji, Rei,
Gendo, Asuka, pelo Anno ter passado por todas essas circunstancias, e tais
serem especialmente importantes para ele? Será que a presença de robô gigantes
no anime se dá apenas por uma memória de infância o qual ele admirava muito, e
queria fazer sua própria fanfic sobre isso (Nada disso é necessariamente falso
na verdade). Tudo é sobre Hideaki Anno, sua realidade e vivencias agora? Segundo que esse tipo de interpretação
usualmente termina em algo extremamente abstrato e especulativo, sendo que não
há quase nenhuma métrica além do autor diretamente explicando, para se julgar
os resultados que se pode chegar com isso. Pois nisso além de interpretar o
material, partir dele para procurar suas mensagens, o que ele poderia significar
e o que cada um desses símbolos representam, se parte de um conjunto de imagens
e símbolos os quais você não sabe exatamente o que significam, para averiguar a
subjetividade e intenção de outra pessoa. De certa forma isso cria uma nova
interação, além da usual mídia audiência, a obra a qual se esta interpretando e
analisando se consiste apenas do primeiro passo, um meio, seguido pela
audiência partindo desta para construir uma individualidade, visão de mundo, de
um suposto criador do trabalho. O que na minha opinião pode ser na melhor das
hipóteses um jogo de suposição elaborado (que surpresa o vídeo termina
exatamente falando que Anno pode ter tido essas experiências ou não), que
apenas serve para demonstrar elementos repetidos, e frequentes em obras da
mesma pessoa, e indagar alguma razão para esse ser o caso.
(Gênio)
Agora, eu posso não concordar com os métodos e objetivos de
Autheur theory (pois esse é o assunto claramente) mas é inegável que essa
escola de analise criou métodos de crítica claros, com o objetivo de analisar a
personalidade do autor, e ajudou a perceber alguns tópicos negligenciados na
arte até então. Inovou ao possibilitar um meio de buscar e valorizar as grandes
personalidades, os diretores e escritores, que davam um toque e visão de mundo
único ao conjunto de trabalhos em que participavam. E é exatamente nisso que
reputa muita da confiabilidade que era dada ao método, pois eles iam além da
visão de uma obra apenas, pois individualmente era impossível diferenciar quais
seriam as ideias do criador principal, sua personalidade criativa, das de seus colaboradores,
por isso o trabalho deste com outras pessoas ajudava a determinar tais fatos. E
também por que o fato de simplesmente existir uma ideia ou tema principal, mais
relevante num filme, não significa que tal fosse particularmente importante
para o autheur, ou características especiais dele. No entanto a repetição deste
durante sua carreira, trabalhando com gêneros propostas e aspectos
completamente diferentes, esses eram os verdadeiros sinais de sua personalidade
como criador, que essa escola buscava.
Uma aplicação extremamente preguiçosa do mesmo raciocínio é a mostrado
no vídeo. Você não vai achar quaisquer exemplos de outras obras de Hideaki Anno
nele, ou o menor sinal que estas foram sequer consideradas. A explicação está
mais na forma, de os personagens tem traumas ligados aos pais, vários deles são
depressivos, Anno deve ter trauma e ser depressivo também. Então basicamente
além de escolher linhas de raciocínio extremamente duvidosas, o vídeo se supera
ao fazer a aplicação mais preguiçosa possível de tal raciocínio.
O que seria possível tirar dessa parte do vídeo então? Há
diversas comentários meio despropositados como Anno tinha que ter passado por
essas coisas para representa-las tão perfeitamente em ficção, o que foge quase
que totalmente do ponto, não abordando nem superficialmente, o que o autor está
efetivamente fazendo, porque a representação é especial, como cria e demonstra
sentimentos espetacularmente bem. Ademais a parte de Evangelion ser boa ficção
por ser construída a partir de péssimos sentimentos é o tipo de comentário
pseudopoético, o qual não quer dizer nada mas parece super legal ao se dizer.
Sinceramente pessoas simplesmente precisam parar com essa idolatria do artista
solitário, escrevendo ficção que representa o fundo de sua alma, uma verdade
interior não censurada. Pois pasmem, nada dessa bruta verdade e busca de uma
mensagem pessoal única, necessariamente significa que o cara tem algo
extremamente interessante, ou valido para dizer. Muito pelo contrário tais explorações são
usualmente as primeiras a afastar o público, não conseguindo gerar qualquer
empatia, ou manipulação de emoções, incutindo experiências extremamente
alienantes. Para analises de artistas únicos, criadores de obras cheias de
personalidade, e com uma visão do mundo própria, veja os vídeos a seguir. (https://www.youtube.com/watch?v=V7pUs-9C-gY https://www.youtube.com/watch?v=srk-tPbQVcs)
Mudando para a parte do vídeo, a qual não tem nada
estritamente de errado, mas que eu ainda vou reclamar sobre (porque sim), temos
a explicação do final e a apresentação de diversos conceitos como a dificuldade
de se relacionar e o existencialismo (apenas mencionado num clipe de 30
segundos do Shinji perguntando sua razão para agir assim). Começando por
problemas em relacionamentos (minha vida basicamente), ao invés de explicar
quais seriam as efetivas dificuldades dos personagens em se relacionar, por que
suas existências sofrem tanto ao redor de relacionamentos frustrados com outros
Meteoro nem toca no assunto, apresentando apenas um conceito filosófico que diz
o obvio. O que é frustrante sendo que muito da magica e razão de pessoas se
verem em EVA, acharem os personagens extremamente identificáveis, é que
absolutamente cada um deles, sofre uma existência isolada, de interações e
laços incertos quanto aos outros. Shinji tem um complexo de inferioridade e
insegurança, que o torna por vezes incapaz de enxergar pessoas além de suas
necessidades emocionais e incertezas próprias, Asuka busca desesperadamente
reconhecimento elogios, gente que de valor e aprecie sua existência, ao mesmo
tempo que por sua personalidade abrasiva, e tendência a ofender tende a afastar
todos a sua volta. Ritsuko se vê como uma mulher patética, solitária, a qual
abraça o único homem que imagina iria aceita-la, mesmo sabendo da verdade,
Gendo está apenas a manipulando. Gendo o personagem mais emocionalmente
afastado e sem reação durante a serie inteira, está na verdade escondendo
grandes características de insegurança e autodesprezo, ao mesmo tempo que cria
uma barreira de logica e frieza para afastar os outros. Estes são só alguns
elementos grosseiramente simplificados do que se passa nos personagens nesses
momentos. Todos (até mesmo Gendo) buscam contato, mas suas tentativas são marcadas
por frustrações, as visões de si mesmos, e problemas individuais impedem as
pessoas de minimamente enxergar o outro, imaginar o que ele pode querer ou
desejar. Isso resulta numa espiral negativa de isolamento, em que ao final os
personagens estão extremamente autocentrados e solitários, preocupações com os
próprios problemas tomando conta de suas mentes.
Existencialismo apesar de ser algo não tão relevante para
ser mencionado, também tem papel primordial na obra. Sendo meio estranho um vídeo
tentando explicar o arco e conflitos do Shinji ignorando essa parte, pois questões
existenciais são primordiais para entender os acontecimentos e o final. Pois é
exatamente essa a atitude que marca os últimos momentos de Shinji Ikari, o ato
de assumir a própria existência como pessoa, que ele pode e merece decidir e
fazer escolhas, e construir quem ele deseja se tornar. Para entender a importância
disso é necessário o contexto da série, no qual essa atitude realmente se
consiste de algo revolucionário. Pois esta é exatamente a mentalidade que ele
nunca tem, seu mérito e valor na vida são apenas decididos conforme a opinião
dos outros, suas motivações dependem mais de expectativas e desejos externos do
que próprios. Não podendo simplesmente largar a odiosa vida como piloto, pois
seu valor é definido por isso, pessoas vão elogiar, precisar dele, conforme se
apresente para a função. Atos como esse marcam sua trajetória, um altruísmo
destrutivo, uma necessidade patológica de agradar, ser útil, que as pessoas não
abandonem e precisem de você. Mas as respostas recebidas mesmo agindo assim
estão longe de serem satisfatórias, simplesmente ignorar vontade própria para
ser elogiado pelo pai, oferece apenas alegria passageira, alivio que não muda
nada a realidade ao ser alcançado. Todos esses atos e essas relações que você
acaba criando são vazios, algo conquistado em cima do que a pessoa representa e
realmente quer. E pior ainda te colocam a mercê dos outros, que podem da mesma forma
retirar a validação recebida no passado, não surpreendentemente, a relação abusiva
entre Shinji e Gendo sendo marcada exatamente por isso. E é por ser exatamente
esse indivíduo, que se odeia profundamente, escolhendo em meio a
instrumentalidade humana, a possibilidade de existir num mundo em que não é o
piloto de EVA. De finalmente fazer as escolhas que importam na vida, de decidir
e criar o valor dado a realidade. Abraçando novamente a dor e o abandono que
marcam a individualidade, mas o fazendo buscando as lembranças da felicidade,
os relacionamentos que naquele mundo extremamente real importaram, realmente aceitando
a esperança de um dia poder ser feliz como Shinji Ikari. Então acho que deu para
entender porque as interpretações dadas ao personagem e ao final, apesar de não
serem algo que eu discorde, são extremamente insatisfatórias sem esses pontos e
explicações.
(Eu pareço preso nas mesmas questões que o personagem enfrentou nesse momento diariamente)
Depois de alguns breves pontos posso finalmente “começar” a
discutir qual é o maior problema no cerne da maioria dos vídeos do Meteoro
Brasil. Existe um certo movimento em crítica,
cujas alegações são importantes apresentar aqui. Tal é marcado por um caráter
anti-intelectual, que se manifesta numa negação do simbólico, metafórico, ao
discutir uma obra de ficção. Estes partem de uma premissa que analises
temáticas e de significado consistem dos famoso overthinks (reação que já ouvi
o bastante para ter pesadelos), logo não sendo forma válida de olhar ficção. Esse grupo analisa apenas o texto explicito da
mídia, tratando quase que exclusivamente de narrativa, e dela como uma questão
a se resolver e fazer sentido de, e de estudo de lógica interna. E antes de eu
ver os vídeos do Meteoro, não fazia ideia que grandes manipulações ou absurdos
essas pessoas viam em críticas metafóricas e temáticas, para simplesmente negar
mérito na pratica. Mas certos vídeos fizeram o impossível, pude compreender e
finalmente me colocar no lugar dessas pessoas. Se algum dia eu já cheguei a
criticar uma análise em termos de inventar significado, e dar overthink, isso
só foi possível graças ao Meteoro Brasil.
(Isso é tao ofensivo e tao engraçado ao mesmo tempo, como todo bom meme)
E Meteoro ultrapassa os limites do possível, em todos os
vídeos criados, tirando interpretações que vão diretamente contra o texto e
seus diversos elementos, ou simplesmente interpolando interpretações de uma ou
2 cenas, como representativas daquilo que seria a grande mensagem do trabalho
inteiro. O vídeo de One Punch Man e o Kaizen é a demonstração absoluta da
primeira pratica. Nele existe a tentativa de se conectar e tratar como
mensagens do famoso anime e WebComic, o conceito de Kaizen, ligado a auto
sacrifício e melhoramento pessoal. Apesar de dessa vez, existir mais do que um
exemplo de auto sacrifício tirado da obra para exemplificar (o que já é mais do
que posso dizer de outros vídeos), este ignora aspectos importantes do anime e
personagem principal. Para começar que
destrói a motivação dada ao Saitama expressamente no episódio 1, de ser uma
pessoa buscando emoção, a luta e vida heroica que ele via sempre idealizada
como criança. Mas tal caminho se encontra bloqueado por sua enorme força, a
qual simplesmente oblitera qualquer obstáculo à sua volta. Isso o leva a vida
de tedio e marasmo que marcam o personagem, simplesmente não existem desafios
ou qualquer objetivo a vista, em nada do que ele faz. A reação dele ao salvar
milhares de pessoas consiste mais de frustração do que qualquer coisa, por
novamente lidar com a ameaça sem qualquer esforço. Saitama sente um tedio
absurdo por tudo isso, heroísmo é admitidamente para ele apenas um hobby não um
cumprimento de qualquer dever moral, mas se consiste de uma atividade que ele
não consegue mais sentir qualquer prazer ou emoção. Esse personagem é o grande
exemplo de abnegação e sacrifício pessoais que o vídeo está vendendo. Sem contar que diversas vezes quando dado a
escolha, ele age apenas em benefício próprio, quando descobriu que deveria
estar recebendo e sendo reconhecido por esse tipo de trabalho, Saitama nem
hesitou de se unir a associação de heróis. Existem brilhantes exemplos no vídeo
de busca de auto aperfeiçoamento, como coisas completamente não relacionadas,
como a melhora de One Punch Man em suas diferentes versões.
Outro vídeo que merece a menção é o denominado Fullmetal
Alchemist Brotherhood e o Zen. Procurando pela grande mensagem que a serie
estaria apresentando Meteoro fez um vídeo discutindo seu episodio 12. E apenas
esse claro, os outros 63, pelo visto, não tiveram muita importância temática, ou
mensagens a contribuir. Note que o episódio se consiste de um flashback do
treinamento de nossos 2 protagonistas, a qual a maioria dos outros personagens
importantes na história não aparecem. E como um momento voltado a backstory,
este não tem o mínimo haver com o conflito principal. Não esquecendo como boa
parte da narrativa de FMAB, é exatamente a história dos 2 aprendendo com as
circunstancias de sua realidade, e superando as ideologias e ideias claras
sobre o mundo que estes tinham quando crianças. Mas nada mais importa, ou
merece ser mencionado, a grande mensagem da obra está exatamente ali nesse momento
no episódio 12, e nem sei por que o anime continuou por 52 depois deste. Longe
de entrar no mérito, o que estou questionando aqui é essa própria tendência de
tirar conclusões a partir de partes ínfimas do texto, sem uma análise apurada,
ou demonstração de raciocínios de como isso seria valido ou relevante para o
resto da obra, ou a mínima insinuação que o contexto maior dela foi considerado.
Por sinal se alguém estiver interessados em analises muito mais completas do
anime e suas ideias, os quais levam em conta mais de um monologo e episódio em
consideração, não vejo por que não tentar estes vídeos. https://www.youtube.com/watch?v=4zOVXGSf1ao&t=13s
Talvez eu esteja tomando as análises do meteoro brasil de
forma extremamente errada. Existem vídeos dele que claramente (eu realmente
quero acreditar que esse seja o caso) não são sobre as obras em questão no título
(https://www.youtube.com/watch?v=zs7rDecGcMI).
Talvez o canal tenha uma proposta completamente diferente, longe deles estarem
procurando grandes mensagens, fazendo crítica e interpretações extensas, os
vídeos consistem apenas de um exercício mental divertido, de aplicar conceitos
famosos em obras de cultura pop. Assim minhas alegações sobre contradições e
analises que não levam em conta quase nada do material em questão, nem fariam
sentido para o conteúdo sendo criado. O que seria um pouco bizarro, pois o vídeo
sobre Fullmetal Alchemist Brotherhood expressamente diz que essa é a mensagem
da série. Francamente se esse é o tipo de ideia do canal, acho que o trabalho
deles de estabelecer e comunicar que esse é o caso é péssimo, não havendo
qualquer sinal disso nos vídeos deles (posso estar errado nisso, se alguém
tiver algo especifico sobre o ethos criativo do Meteoro, eu me interessaria em
ler). Mas tal justificação nem se aplica a review de Eva em si, uma vez que tal
se apresenta como algo buscando provar que o anime é bom, não necessariamente só
aplicando algum conceito arbitrário nele. O que faz sentido, por esse vídeo ser
extremamente diferente dos outros, falando de aspectos mais concretos como a
arte, e os personagens.
Voltando ao vídeo, chegou a hora de falar de despersonalização,
o tópico o qual evangelion teria um comentário extenso. Para começar, nenhum
dos momentos da obra minimamente se encaixa no conceito apresentado, se
consiste dessa perda de sentidos, olhar seu corpo e realidade objetiva como
algo separados da consciência, muito menos as experiências surreais de perda de
individualidade servem como qualquer mecanismo de defesa, ou proteção contra traumas.
Sendo um dos maiores nonsenses do vídeo a ideia dos episódios 19 e 20, como
exemplos do fenômeno. A própria ideia de o Shinji estava em choque e
traumatizado pelos atos grotescos da unidade 01 no episódio não faz qualquer sentido.
Dias antes na série, ele passou por momentos muito piores, em que seguidamente
foi traído pelo pai que ele desesperadamente buscava impressionar, ter a atenção
de, e se viu forçado a olhar, enquanto a unidade em piloto automático (não é
bem isso mas ignore) dilacerava um de seus amigos mais próximos, a ponto de
deixa-lo severamente ferido. Aonde a unidade 01 simplesmente pulverizar de
forma bem brutal um inimigo, o qual o Shinji nem conhecia ou tinha qualquer
razão para se importar, em momentos nos quais ele não via o que estava
acontecendo pelo fim da energia para os monitores (serio o monitor estava
desligado e ele não viu nada do que ocorreu), foi mais traumatizante do que os
momentos que eu descrevi. Ou até mesmo do que uma dúzia de outras experiências
na série, bem mais invasivas e mentalmente fragilizantes, as quais não geraram
esse tipo de reação.
(Quase morri na explicação de despersonalização em EVA)
Essa explicação também vai contra elementos do lore do anime,
diretamente antes do fenômeno denominado despersonalização pelo Meteoro, a taxa
de sincronização do Shinji se eleva as alturas. Esse fato, longe de um nível de
poder aleatório, para marcar que o mecha esta super ultra forte no momento, é
significativo, na medida em que marca a proximidade, quão íntimos estão o
piloto e a alma, de uma das pessoas mais próximas a ele, que estão contidas nos
núcleos das unidades EVA. Há um elemento implicitamente estabelecido em vários
momentos de personagens abandonando sua individualidade para se unir a outras
pessoas, a fusão de seres como uma possível resposta ao problema de relações.
Assim como o fato de ser possível abandonar a realidade e sua própria
existência física voluntariamente, para se tornar parte do núcleo de uma unidade
EVA, sendo essa a atitude que a mãe do Shinji toma (não coincidentemente, estão
usando exatamente os mesmos protocolos e táticas de salvamento do caso dela,
para o que está ocorrendo com o Shinji). E sinceramente se essa
despersonalização que estaria ocorrendo em EVA é um mecanismo de defesa
emocional, é o pior que eu já vi, Shinji é atacado e acusado por todos os
lados, em seu extremamente abstrato fluxo de consciência nesses momentos. Sua
hipocrisia ao se tratar como vítima, e se dizer traído por seu pai mesmo quando
não busca entende-lo é levantada, os defeitos e falhas de tentar definir o
próprio valor em termos das opiniões dos outros, como eles precisam, e o apreciam,
tudo isso passa na mente do personagem, diretamente e sem qualquer subterfugio,
de forma até traumatizante.
É importante marcar como essas cenas e momentos foreshadow,
parecem dar dicas, de muitos dos fenômenos do final da série (não apenas por também
ser uma das partes que mais sofreu por cortes em animação). No final do episódio
é dada uma escolha ao personagem, extremamente parecida com a que e já descrevi
acima, ficar na unidade 01 para sempre, desistir da vida e sua individualidade,
e se tornar um com a alma de sua mãe que habita nela (Yui está literalmente
perguntando se ele quer isso, aparecendo na imagem das 3 mulheres predominantes
na vida do Shinji). Quando confrontado com a oportunidade abandonar toda a
ansiedade, preocupação e medo relacionados a existir, Shinji ainda assim se
recusa. A memória de uma relação especifica invade sua mente a mais longa dele
durante a série, com Misato, como ela está aos pés da unidade, chorando, se
preocupando e sentindo sua falta. O reconhecimento de que ainda valoriza os
momentos que passou com ela, a relação que eles construíram, é o que impede Shinji
de reduzir o eu a nada, e o permitem voltar a existir, mesmo que brevemente, até
a ocorrência de novas circunstancias que agravam, e muito sua situação. Meteoro
novamente está aqui descartando o texto expresso da obra, arco de personagens e
conflito relacionado a essas cenas, simplesmente não considerando os óbvios
detalhes que contradizem a interpretação que ele está dando. A maior razão de
eu quase sentir agonia a cada obra que eles analisam, a qual já tenha visto, é
que para mim esses elementos e contradições são óbvios a cada instante dos
vídeos, e a aplicação deles de conceitos nas obras nunca fazem qualquer
sentido.
Esperando já ter falado o suficiente, e temendo ter falado
demais, posso finalmente concluir.
Existem outras questões que poderia entrar aqui, como a retorica
utilizado, o estilo de dialogo extremamente artificial que não agrega nada aos vídeos,
a forma de explicar cada elemento de forma indulgente como se a audiência fosse
formada por completos idiotas (serio, o tipo de pergunta que aquele avatar que
representa uma imaginada audiência faz, são as coisas mais absurdas e obvias).
A simplificação absurda de conceitos importantes, significando que boa parte do
que eles representam é perdida (quase matada) na explicação (uma simples fonte
resolveria o problema, de você não tem tempo para detalhar filosofias milenares
em um vídeo de 10 minutos). A meta narrativa da mulher mais sabia e do outro
cara, que não faço ideia o que significa ou o que agrega ao material. Mas eu
não vou me dar ao trabalho.
A questão que realmente falta responder é por que eu
assisti, e escrevi tanto sobre o conteúdo de um canal, o qual eu claramente
odeio. E não, a resposta não consiste de algum desejo de obliterar o canal, ou
envergonhar seus criadores (duvido que eles, ou mais que meia dúzia de pessoas
leiam isso de qualquer forma), muito menos de julgar seus fãs. Meus objetivos
eram tanto dar um maior contexto ao canal sobre como seu conteúdo está sendo
recebido em certos círculos (surpreendente populares entre a maioria das
pessoas com quem falo). E também ao apontar erros que esses criadores estariam
cometendo, faço isso na esperança, que eles, ou outras pessoas que leiam isso,
melhorem no futuro. Nós todos cometemos erros, isso é uma realidade inegável, e
quando você parte para criar arte tem que estar preparado para errar o tempo
todo. Muitas das coisas que aponto aqui podem ser encontradas em meus próprios
textos e analises, mas o importante para qualquer artista, da real qualidade, é
um compromisso de sempre buscar melhorar, aprimorar as qualidades e minimizar
os defeitos. É inegável que o canal passou por saltos de melhora, sendo o vídeo
sobre EVA, apesar de meus comentários incomparavelmente melhor do que o sobre
FMAB, por exemplo. Apesar de eu nunca acreditar que vou chegar a curtir o
conteúdo que eles possam vir a produzir, meu maior desejo é que eles continuem
a melhorar, e que esse ensaio os encoraje nesse processo, dando pontos em que
realmente acredito eles precisam trabalhar.