Um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta hoje é uma ilusão coletiva sobre o exército como instituição. Assim ele seria formado por super honestos e competentes indivíduos que realmente precisam dirigir a nação. Droga nos literalmente temos diversos ministros comandados por militares, pois segundo as palavras de nosso grande ex coronel presidente, ordem dada é ordem cumprida, a um militar.
Essa forma de entender o exército precisa ser combatida de todas as formas possíveis. Primeiro que nunca existiu um grupo, ou forma de organização mais ilógica, e absurda que a das forças armadas. Tudo nos meios militares gira ao redor de planejamento central, status e ordem. Seu lugar em um exército é dado por onde você se coloca numa hierarquia, quantos homens você pode comandar. Patentes são rankings que reconhecem sua possibilidade de mandar nos outros. Logo seu mérito é medido pelo número de pessoas que você pode sair comandando em relação a absolutamente tudo. (Forças armadas sempre foram a coisa mais antiliberal do universo)
Note que o exército se organiza exclusivamente como organização centralmente planejada, e comandada por seus líderes. Ordens são absolutas, personalidade, individualidade, ou até desejos de cada um dos integrantes, nada disso importa. A ordem tem que ser imposta de cima para baixo, agindo de forma coercitiva para com todos que estão na organização. Não coincidentemente o exército lembra muito em sua estrutura um estado totalitário. Os focos nas ordens, centralidade dos comandos, e na autoridade dos líderes é o mesmo. Não é à toa que apesar de deficiências crônicas em outros ramos, países totalitários sempre conseguiram organizar forças armadas poderosas. Tais países simplesmente funcionam sobre as bases que são o normal de um exército.
Então nós temos essa estrutura de organização totalmente ilógica, contraria a individualidade, e espontaneidade das pessoas. E nós supostamente acreditamos que essas pessoas sempre acostumados a subordinação, e seguir ordens sem questionar vão nos proteger?
Não existe uma ameaça maior a democracia em qualquer país do que a apresentada por suas próprias forças armadas. Em 1964 não foi para nos proteger de absolutamente nada que o exército brasileiro derrubou a república que havia até então. Foi literalmente feito um golpe de estado para tomar o poder. Se for olhar durante toda a história, a única coisa que permite a manutenção e permanência de projetos de poder totalitários são as forças armadas.
Observem como o glorioso exército venezuelano protege seus cidadãos, mantendo com o uso da força a ditadura de Maduro, ou o exército da Coreia do Norte apoia com unhas e dentes Kim Jong Un. Não se encontra na história uma instituição que tenha feito tanto para reprimir, e afastar o povo do governo quanto o exército. Sinceramente se estes generais e militares são nossa proteção, minha maior preocupação é literalmente: Quem diabos me protege da droga desses militares?
No contexto atual se faz desesperadamente necessário repensar o papel de forças armadas em uma democracia. Nós realmente precisamos de centenas de milhares de pessoas armadas, para nos defender da ameaça inexistente dos argentinos na fronteira, ou dos grandes paraguaios? Quais são esses conflitos e questões importantes que o exército está fazendo que auxiliam o Brasil em seu desenvolvimento?
Porquê da forma como eu compreendo, a única coisa que os militares na atualidade representam são centenas de milhares de armas, e pessoas ociosas. E a qualquer momento tais podem decidir que não querem mais brincar de democracia, instituindo uma nova ordem na base da bala. E peça a Deus para fazer algo nessa situação, já que imagino que apenas ele poderia te proteger de tais pessoas, e máquina de guerra.
(Eu meio que só estou escrevendo isso, porque semana sim, semana não esses caras ameaçam dar um golpe )