(Aonde eu novamente respondo desnecessariamente a opinião de outro pessoa sobre Evangelion, de novo)
Esta vai ser uma curta, mal elaborada e meio incompreensiva “resposta”
ao vídeo https://www.youtube.com/watch?v=ZzO7X1_1Rao.
Quero prefaciar a discussão dizendo que no geral gostei do vídeo, ela faz um
trabalho bom em entender elaborar a circunstância, mentalidade, e questões principais
pelas quais passa o personagem (no máximo as vezes tocando em certos pontos de
forma superficial). Só existe um conceito refletido no vídeo, e em vários outros,
incluindo o do canal quadro em branco em relação a End of Evangelion
extremamente problemático. Este é de o
final da série, e Eoe apresentarem mudanças e diferenças significativas em
termos do arco do personagem, sua conclusão, e das mensagens as quais são
transmitidas.
(Fuck episódios 25 e 26 basicamente)
Tal interpretação é extremamente insatisfatória e não
apresenta muito de correspondência no filme em si. Muitos olham para a natureza
de atos como a masturbação para mostrar mudança no personagem. Quando muito
pelo contrário eu acho tal ato a progressão perfeita, Shinji já desistiu de
viver, achar valor, e escolhe simplesmente machucar e ferir os outros. Da mesma
forma ocorreu com Kaworu, fazer algo horrível, assim as pessoas o odeiam, ou na
verdade deveriam odiá-lo, ou se realmente o conhecessem o odiariam. Ou assim é
o raciocínio.
O confronto com Asuka, em meio a alucinatória experiência da
instrumentalidade é na verdade o exemplo perfeito da atitude do personagem na
série inteira. Seu pensamento é simples, eu quero compreensão ser preenchido,
achar amor, ajuda nos outros, mas ao mesmo tempo não consigo me importar com
eles, realmente me abrir e me dispor a conhece-los. Na verdade, todos os
questionamentos giram ao redor desse percebido isolamento, como está sozinho, não
consegue compreender, ninguém liga para ele. Como as pessoas tornam tudo
desnecessariamente ambíguo, com seus sorrisos falsos, palavras não ditas, e sentimentos
nunca explicados. Isso é o básico do básico do Shinji da série, e exatamente o
que o leva a escolher o fim de individualidades, abstraído no estrangulamento
da Asuka no filme. (Resumidamente, sou preguiço demais para ir em detalhe sobre
tudo que está ocorrendo).
O mundo abstrato dos episódios 25 e 26, e o universo da
instrumentalidade em EOE, servem exatamente ao mesmo proposito. Neles o
personagem se acha numa realidade sem senso de eu nem dos outros. Aonde a dor
de existir e se relacionar é simplesmente um não fator, e todos os conceitos e
barreiros do ser imagináveis perdem a importância. Shinji acha tal situação infinitamente
insatisfatória, angustiante.
(Sério esses epis são elogiados demais por fazerem a mesma coisa que Eoe, sem nada da nuance)
Ambos estão ali para passar a mesma ideia ao personagem, uma
outra forma de enxergar os outros e a si mesmo. Nela existem os símbolos do
filme para esperança (Rei), e amor (Kaworu) que o confrontam sobre as certezas
e circunstancias que encontrou e vai encontrar. Sua confiança no próprio desmerecimento,
o ódio, o fato de poder encontrar apenas dor são completamente sem base. Existe
um mundo de possibilidade interpretações que Shinji se fecha ao acreditar
nisso, sua fuga não sendo de pilotar o robô, mas sim de encarar a si mesmo, fazer
as escolhas e viver. Há um universo de oportunidades, talvez até amor, este
fugaz e frágil sentimento que o filme nem apresenta confiança sobre se é possível
entre humanos.
Tal encontro e conversas o levam a uma conclusão. Eu quero
viver estar ao lado dessas pessoas de novo.
O entendimento que a realidade pode estar cheia de dor, e que ele vai voltar
a sofrer ao existir, são claros. Mas Shinji finalmente se permite acreditar que
suas relações tiveram significado, que ele foi feliz quando estava com eles,
não havia só ódio ali. Existe uma aceitação pessoal, rolando uma abertura ao
mundo e suas infinitas possibilidades. Ele pode achar que se odeia, e não estar
certo de nada, mas quer voltar a ser, Shinji Ikari, e talvez construir uma nova
versão, o eu melhor que aprendeu a se amar.
Os infames últimos instantes de Shinji e Asuka, longe de uma
contradição são na verdade a prova da mudança. Apesar de um certo youtuber interpretar
tais cenas como Shinji sendo um sociopata e que ele quer fazer o mundo sofrer, tal
interpretação é absurda. De fato, a conclusão é a prova final, agora longe da
leveza e abstração da instrumentalidade, Shinji quer provar seus laços. Fazendo
isso colocando uma de suas relações em teste, será que ao agredir fazer um ato
extremamente repugnante este encontraria ódio, contrariedade? Shinji parte pra
Asuka com intenção de matar e encontrar apenas frieza, dor. Ao invés disso esta
o acalma, acaricia quase carinhosamente o fazendo parar. A vida pode ser um
inferno, ele está parado no meio do apocalipse. Mas neste único instante Shinji
escolheu, realmente não feriu outra pessoa se abrindo a outra possibilidade,
resultado. As palavras de Yui sua mãe são as mais importantes, enquanto seres
humanos acharem a força de vontade de viver, qualquer lugar pode ser paraíso,
afinal.
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