(Aonde eu falo sobre algo não tendo ideia de qual meu ponto, e justifico uma conexão aleatoria que me veio a mente)
O maior apelo e emoção em Dr. Stone muitas vezes aparenta
ser a aventura, descobrimento de um mundo novo desenvolvido na obra. A primeira
vista existe uma contradição inerente em tal visão, na medida que não estamos
falando de um mundo de fantasia, nos introduzindo a fadas, gigantes, situações que
apenas podem ser criadas na imaginação. Esta é supostamente nossa realidade, abstraída
de qualquer elemento sobrenatural, apenas milhares de anos no futuro, e tudo
que será mostrado, o anime garante ter uma explicação cientifica plausível.
Tal contradição é unicamente aparente. Ao se permitir
abstrair nossas condições atuais, percebemos que muitas vezes a separação do
real e fantástico unicamente reside na opinião e experiência da audiência. Um
dia de trabalho numa fazenda na maioria do mundo, pareceria mais alien e
diferente do que o conteúdo de centenas de novels de sci-fi podem mostrar. De
certa o mundo brutalizado, e mostrado em sua natureza pura de Dr. Stone é um
poço de mistério e interrogações, que mal consigo imaginar e entender como
funciona. Logo há muito para se descobrir no anime.
Nesse ponto existe a mágica, e apelo da obra. Muito da ficção
busca esse sentimento de estranheza, o pensar nessa situação diferente, difícil
de imaginar, desconfortável, excitante, pensando em intricados mundos,
realidades que pouco tem a ver com a nossa.
Dr. Stone nos surpreende ao captar que na verdade tais circunstancias
estão em nossos próprios quintais, no mundano.
O realizando por meio de representação de uma ciência e conhecimento que
de forma quase imperceptível faz parte de nossa realidade, mas sempre parece
mais extraordinária e fascinante que que qualquer coisa real. A cena de Senku
acendendo a primeira lâmpada, finalmente possibilitando a luz para iluminar a
vida dessa aldeia a noite, é um dos momentos de pura ciência indescritíveis na série.
(Esse foi o momento em que me dei conta, Dr. Stone é realmente bom)
Um dos aspectos interessantes, que a obra utiliza para
garantir que isso seja o foco, é retirando a importância de conflitos
interpessoais. A exceção de Tsukasa, que é basicamente a premissa, o bug bad
guy nas sombras movendo a história, quase toda questão social tem soluções estupidamente
simples. Magma e a resistência dos aldeões na vila são quase uma piada, suas resoluções
sendo tratadas como um afterthough.
O verdadeiro antagonista está na origem dos obstáculos e
dificuldades encontrados pelos personagens, a própria natureza. O foco sempre
está na obtenção de técnicas, equipamentos, conhecimento e capacidades para
vencer a barreira que esse mundo natural apresenta. E claro, sua opinião como tais podem ser
superados, está na união das pessoas. Conjugar de esforços, raciocínios, trabalhos
e competências para restabelecer o lugar que a humanidade uma vez perdeu. Realizando
tal conceito, na demonstração dos personagens como uma grande família, amigos
que estão dispostos a tudo um pelo outro.
Agora meu ponto principal é que vejo muito de Star Trek em
meu retrato de Dr.stone. De certa forma, a visão do futuro da humanidade finalmente
se unindo e superando suas diferenças, com o objetivo de superar a fronteira
final do espaço, tem muitas semelhanças, assim como a ausência de muitos
conflitos internos. Ambos também brincam com pressuposições e características fixas
de gênero. Star Trek é uma obra de fantasia, com estética de sci-fi, mas com ciência
impossível de diferenciar da mágica, e história sobre descobrir novos mundos.
Dr. Stone traduzindo o mesmo, numa realidade que deveria ser nosso mundo.
(I love this passing of the torch, and shared friends shit)
E já que não pensei num final ou conclusão, deixo aqui minha
recomendação para Dr. stone, definitivamente uns dos melhores animes de sua
temporada e do ano.
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