O caso contra o liberalismo neoclássico.
O liberalismo neoclássico é provavelmente uma das áreas conceitualmente mais interessantes do movimento liberal. Tal consiste em uma tentativa de fundir o liberalismo clássico, do século 19, com sua variante, o liberalismo igualitário moderno, tentando apresentar uma defesa tanto de liberdades econômicas, propriedade privada, e direitos individuais, que liberais clássicos enfatizam, quanto da justiça social e liberdades positivas, que são importantes para liberais igualitaristas.
É definitivamente um projeto interessante, o de demonstrar como liberdades econômicas são na verdade uma questão de enorme importância, para a realização de justiça social. Mas eu acredito que existe um problema fundamental nessa forma de enxergar as pautas do movimento liberal? Pois a partir dela os princípios do liberalismo se encontram em conflito? Existem enormes diferenças e conflitos entre os dois princípios, logo a justiça social termina por moderar a liberdade econômica, e a liberdade econômica termina por moderar a justiça social.
Eu acredito que essa é uma apresentação é um problema por duas questões? Primeiro por promover a noção fundamentalmente errada, que as desigualdades, dificuldades para realização de justiça social, o domínio de elites e classes, é um resultado de liberdades econômicas não reguladas, ou moderadas? Quando ao se olhar a história se enxerga precisamente o contrário. O livre mercado é o grande mecanismo que possibilita a justiça social, a melhora da qualidade de vida, e condições de absolutamente todos. Já governos são a instituição da defesa do privilegio, das elites, de grupos de interesse e pessoas mais organizadas em detrimento de toda a sociedade. Se existe algo em enorme medida conflitando com causas, e princípios da justiça social, isso com certeza não é o livre mercado. Mas sim um enorme grupo de intervenções e distorções governamentais, que hoje são a regra das sociedades no mundo todo.
O outro problema é acreditar que é possível a existência de uma organização, capaz de regular mercados, restringir direitos, e organizar toda a sociedade de modo a atingir os princípios da justiça social? Os resultados de governos, e do liberalismo igualitário nessa linha tem sido decepcionante para dizer o mínimo. Governos enormes que interferem em toda a sociedade são a norma hoje, no entanto não estamos minimamente próximos de realizar quase nada da pauta de igualdade substancial, ou justiça social.
Eu concordo com os neoclássicos que enormes desigualdades importam, que a justiça social, melhores condições de vida, e a situações dos mais pobres, tais são pautas e questões essenciais para o movimento social. Mas minha resposta para esses problemas é defender de forma absoluta, não moderada ou restringida, livres mercados, o combate e diminuição do estado. Pois eu vejo na liberdade o real combate a privilégios, o destruidor de desigualdades, aquilo capaz de nos tornar mais prósperos, e iguais de uma forma substancial. Logo mantenho minha defesa absolutista do livre mercado.
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